- Como obséquio de minha escravidão por amor -

3 de dezembro de 2014

Nascimento da Bem-aventurada Virgem Maria

Os pais junto ao berço


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Ao seu raiar cessaram as antigas discórdias:
estancou em teu peito a dor, ó Joaquim,
em tua face as lágrimas, ó Ana!
Já agora irás, ó venerando ancião,
sem repulsa alguma, ao templo do Senhor,
     ofertar-lhe os seus dons.
Não já irás ao redil para abismar-te em prantos,
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nem guiarás choroso aos pastos o rebanho.
A filha que há de gerar no mundo o eterno gaudio,
nasce o marco final de tua amargura.
     O mais feliz entre os felizes,
terás com tua fecundidade a glória
     de ser pai de tal filha.
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     A mais feliz entre as felizes,
serás com tua fecundidade, ó Ana,
     o escrínio dessa joia.
Sim! feliz sorte de felizes pais
a quem o Onipotente revestiu
     de tão excelsa honra!
Feliz paciência que venceu o tempo,
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vindo, como terra fértil, a produzir tal fruto!
Feliz vida tão mansa e livre de discórdia,
que recebeu da mão todo-poderosa
     tão doce recompensa!
     Ó feliz piedade
generosa para com o Templo e os pobrezinhos
cumulada agora com tão belo tesouro!
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     Felizes lágrimas,
que tão formosamente se estancaram!
Feliz sofrimento que acabou em tanto gozo!
     Alegre-te, ó Joaquim,
essa tua filha, um dia, mãe de Deus,
te tornará o maior de todos os avôs!
     Rejubila, ó Ana!
tua filha, guardando intacta a divindade,
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te dará pode neto o próprio Deus!

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