Vida da Virgem no Templo
A lâmpada do Céu
835
Jamais entregas os membros virginais
à languidez do ócio:
jamais te embaciou a mente
a baixa preocupação do alimento.
É do Paraíso que o Criador do universo te envia
as sagradas iguarias de que vives.
Um coro de anjos, destinado ao teu serviço
840
voeja da terra ao céu, indo e vindo pressuroso.
Pressagiando talvez em ti a Mãe do seu Deus,
prostra-se reverente,
como à presença de sua soberana.
Pelas trevas da noite
não se apaga jamais a tua lâmpada:
em tua câmara, à noite
torna-se mais clara que o próprio meio-dia.
845
Apenas o sono, leve qual tênue brisa,
te afogou um poucochinho os olhos,
no silêncio da noite, ergueste do pobre leito,
e procuras, no doce remanso do coração,
o Doce Amante que tua alma adora.
Tu o procuras, tu o encontras, tu o abraças
sequiosamente:
850
com delícias repousas em seu regaço amado!
É dessa fonte de vida que tu sorves
as torrentes magníficas da luz e do prazer divinos.
É desse cofre que ele te revela
o segredo de seus desígnios,
enquanto te inunda o coração de alegria.
855
Ele por sua vez vagueia
entre os lírios recendentes de teu peito
e repousa docemente entre odoríficas rosas.
Se muito o estimas a ele, muito mais ele a ti:
nessa luta de amor, o infinito vence.
Cheia de amoroso vigor, o enlaças em seus braços:
860
preso nessas cadeias
já de ti se não pode apartar.
Jamais permitiste que o teu amado
tivesse que bater às portas cerradas de tua alma:
noite e dia lhe está de par em par aberto
o coração.
Sem cessar vigia tua alma, sem que a vergue
o peso do sono,
ainda que as pálpebras carregadas te prostrem
o delicado corpo.
A lâmpada da mente
nutrida com o óleo celeste, bruxuleia
sem jamais apagar a luz do teu olhar.
Jamais entregas os membros virginais
à languidez do ócio:
jamais te embaciou a mente
a baixa preocupação do alimento.
É do Paraíso que o Criador do universo te envia
as sagradas iguarias de que vives.
Um coro de anjos, destinado ao teu serviço
840
voeja da terra ao céu, indo e vindo pressuroso.
Pressagiando talvez em ti a Mãe do seu Deus,
prostra-se reverente,
como à presença de sua soberana.
Pelas trevas da noite
não se apaga jamais a tua lâmpada:
em tua câmara, à noite
torna-se mais clara que o próprio meio-dia.
845
Apenas o sono, leve qual tênue brisa,
te afogou um poucochinho os olhos,
no silêncio da noite, ergueste do pobre leito,
e procuras, no doce remanso do coração,
o Doce Amante que tua alma adora.
Tu o procuras, tu o encontras, tu o abraças
sequiosamente:
850
com delícias repousas em seu regaço amado!
É dessa fonte de vida que tu sorves
as torrentes magníficas da luz e do prazer divinos.
É desse cofre que ele te revela
o segredo de seus desígnios,
enquanto te inunda o coração de alegria.
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Ele por sua vez vagueia
entre os lírios recendentes de teu peito
e repousa docemente entre odoríficas rosas.
Se muito o estimas a ele, muito mais ele a ti:
nessa luta de amor, o infinito vence.
Cheia de amoroso vigor, o enlaças em seus braços:
860
preso nessas cadeias
já de ti se não pode apartar.
Jamais permitiste que o teu amado
tivesse que bater às portas cerradas de tua alma:
noite e dia lhe está de par em par aberto
o coração.
Sem cessar vigia tua alma, sem que a vergue
o peso do sono,
ainda que as pálpebras carregadas te prostrem
o delicado corpo.
A lâmpada da mente
nutrida com o óleo celeste, bruxuleia
sem jamais apagar a luz do teu olhar.