- Como obséquio de minha escravidão por amor -

4 de junho de 2015

Entrada da Virgem no Templo

A sua corte



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Saí, filhas de Israel, oriundas de ilustre sangue,
criadas sob as muralhas de Davi!
Deixai o claustro escondido do Santuário
e correi para o átrio da porta dourada:
contemplai com olhar atento a vossa rainha:
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Um rubor celestial eis que lhe adorna
     as candorosas faces.
O disco rutilante do sol, o rosto luminosos da lua
contemplam extasiados sua divina beleza.
A essa Virgem feliz saúdam os astros da manhã:
nela se regozijam as maravilhas de Deus.
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Ela será o terso espelho de perpétua castidade,
que agora guardais a Deus por alguns anos.
Concentrai a atenção neste modelo só,
     nele só fixai o olhar:
ele reja vossas mãos, ele guie vossos pés.
Esta é a mulher forte, aquela pérola
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que é preciso buscar aos confins do universo.
Deus onipotente, com ela deparando
     depois de muitos séculos,
há de uni-la a si pelos laços do sangue e do amor.
Pois ela, em castidade imaculada,
será a formosa esposa do eteno Pai
     e a intacta mãe do Filho.
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Nas forças dela seu Esposo confia:
     os arraiais inimigos
hão de fugir em debandada a sua vista.
Quando vitoriosa tiver prostrado o inferno,
     vitorioso tantos séculos,
levará em triunfo os despojos para os céus.
Nenhum dardo inimigo virá ferir-lhe o peito:
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     seu caminho será
a trajetória brilhante das virtudes.

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