- Como obséquio de minha escravidão por amor -

10 de junho de 2015

Entrada da Virgem no Templo

O seu candor



     Conta-me, Virgem, eu te rogo,
uma partícula insignificante ao menos
     do que fazes no Templo.
Si alguém por ventura decantar quisesse
     tuas virtudes todas,
ou somente passá-las pela fantasia,
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havia de enlouquecer, por certo, sem palavras:
mas depressa contaria as areias dos mares,
as ervas dos campos, as gotas da chuva,
as estrelas do firmamento, os ramos da floresta,
     do que tuas heroicas virtudes.
     Ó templo feliz,
mais formoso do que o Templo que te abriga!
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de teu peito em chamas se evola um perfume perene.
Se não sei cantar teus primeiros anos,
     dá-me a graça, ao menos,
     de senti-los, de amá-los!
Esse amor que pintará muitas vezes
     teu encantador aspeto
e me fará viver a teu lado, de contínuo.

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