Nascimento da Bem Aventurada Virgem Maria
"O doce ofício de mãe"
Ó peso venturoso e sem moléstia alguma,
que repousa, mãe ditosa, nos teus braços!
Este fardo não te pesou no seio
nem tristeza ou dor sentiste ao dá-lo ao mundo.
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E com razão:
a que vinha desterrar do mundo as dores
não podia causar-te
o menor dano, a mínima tristeza.
Ao feliz a felicidade!
a uma conceição sem mácula, um nascimento sem dor.
Envolver-lhe amorosamente os dedos delicados,
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apertá-los com ternura nos teus braços,
beijar-lhe longamente essas maçãs rosadas,
aquentar-lhe os labiozinhos em teus lábios de mãe,
meter-lhe na boca deleitosamente
o botão florido do peito,
matando-lhe a fome e matando-lhe a sede,
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acalentá-la ao som de improvisada nênia,
enquanto o filete de neve lhe escorre pelos lábios:
tudo isto é uma doçura,
a doçura desta filha,
que a teu peito possui mais que tu mesma.
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