- Como obséquio de minha escravidão por amor -

28 de julho de 2015

Vida da Virgem no Templo

A serva do Santuário



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Serva humilde e súplice do Senhor supremo,
tu estendes as mãos imaculadas
     aos dons do seu amor.
Com os dedinhos mimosos ora fias a lã de neve,
ora alivias a roca transbordante
     de macio linho.
Já com fino pente cardas os fios de seda,
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já com delicada agulha bordas lindos mantos.
Agora entreteces de fios de ouro
véus, cortinas, toalhas e túnicas purpúreas;
ou entreteces rendas de in´meros desenhos,
sorvendo as maravilhas às meadas de linho;
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agora coloras estofos de linho branco,
tingindo-os duas vezes em grã;
ora tornas da cor do céu tecidos açafroados,
ora guarneces as mitras de guizos pendentes,
rubis rutilantes, sardônicas de fogo.
Deles se cobrem o tabernáculo e o altar santo
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e as vestes do sacerdote quando sacrifica.
     Tua mão industriosa
reveste de brilho o culto do sagrado templo,
sem se deixar abater jamais pelo cansaço.
É também essa mão. ó Virgem amabilíssima,
que se estende sempre e compassiva ao pobre.